Ficar em casa durante a pandemia não significa apenas nos proteger e manter nossa saúde de alguma forma preservada. Ficar em casa significa que milhões de pessoas estão mantendo o mundo funcionando para que possamos estar seguros.

São homens e mulheres anônimos que trabalham dia e noite arriscando suas vidas para manter a nossa vida possível.

Recentemente conhecemos a coordenadora da sala de controle de uma Geradora de Energia. Rosângela estava em treinamento para se tornar a primeira mulher a coordenar uma sala de controle de uma Hidrelétrica no grupo onde trabalha. Neste caso a primeira e única mulher a ocupar esta posição. Obviamente não precisamos discorrer sobre a importância e essencialidade desta atividade, e neste sentido ela relatou que nos primeiros 5 meses de pandemia sua sala de controle recebeu colchonetes para que os técnicos se revezassem em quarentena dentro daquela Geradora a fim de garantir a manutenção da energia.

Rosângela deixou sua família, em especial seu filho, em casa, exatamente como muitos outros profissionais que trabalham em serviços essenciais, para trabalhar e manter famílias em segurança e serviços em funcionamento.

Seu relato nos faz refletir na dificuldade das mulheres neste período que vivemos. A desigualdade é tremenda. Ainda hoje recaí mais sobre a mulher os cuidados com filhos e genitores. E aqui não se trata somente lutar pela carreira, na grande maioria das vezes trata-se do sustento daquele núcleo familiar. Mulheres em todo mundo tem sofrido com jornadas duplas e triplas ao longo de seus dias.

E mesmo com todo este comprometimento o desemprego atingiu mais fortemente a mulher durante a pandemia. Foram elas que mais perderam seus empregos. Sequer falamos aqui do aumento da violência doméstica, onde mulheres e crianças foram confinadas com seus agressores.

Vivemos uma crise social e econômica sem precedentes. Reconhecer as dificuldades deste momento é um passo essencial para buscarmos soluções para os problemas que vivemos, mas principalmente para encorajarmos e darmos condições para que mais “Rosângelas” surjam em nossa sociedade.

Autora: Ana Paula de Almeida Santos

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